Em entrevista coletiva nesta terça-feira, 6, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Sergipe (Ficco/SE) detalhou a Operação Perséfone, deflagrada para desarticular um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro com ramificações em diversas cidades de cinco estados. Na ação policial, foram cumpridos oito mandados de prisão temporária e 16 decisões judiciais de busca e apreensão. Outras duas pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas. O foco da operação foi Sergipe, mas houve cumprimento de decisões judiciais em São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Maranhão. Os detalhes sobre a investigação e a operação foram apresentados na sede do Departamento de Narcóticos (Denarc).
As investigações, iniciadas por meio de levantamentos operacionais e inteligência, revelaram que os envolvidos no tráfico de drogas na região metropolitana de Aracaju remetiam grandes quantias de dinheiro para terceiros, que, por sua vez, transferiram esses valores para pessoas físicas e jurídicas em outros estados.
Na apuração policial, foi identificado o uso de empresas fantasmas para movimentar milhões de reais provenientes do tráfico de drogas. Durante a operação, foi solicitado o bloqueio de R$ 4,5 milhões em contas bancárias e de bens móveis e imóveis dos investigados.
De acordo com o delegado Rafael Kaufer, o objetivo principal é combater o crime de lavagem de dinheiro e o tráfico de drogas. “A operação ainda está em andamento, e outras pessoas ainda podem vir a ser presas. Ainda há pelo menos dois mandados de prisão que estão pendentes de cumprimento. A intenção da Ficco é responsabilizar o máximo de pessoas envolvidas nesse tipo de crime”, ressaltou o delegado.
Em Sergipe, foram cumpridos mandados nas cidades de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Umbaúba. Durante a operação, as equipes policiais também apreenderam cocaína em Nossa Senhora do Socorro e em cidades do estado do Maranhão.
Operação integrada
A operação contou com a participação do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil de Sergipe (Denarc), Grupo de Operações Penitenciárias Especiais da Polícia Penal de Sergipe (Gope), 5º Batalhão da Polícia Militar de Sergipe, Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe), Batalhão de Radiopatrulha (BPRp), e das Delegacias de Polícia Civil de Umbaúba e Mundo Novo (MS).
O nome da operação faz alusão à deusa grega Perséfone, que foi levada pelo deus Hades, tornando-se sua esposa e rainha do submundo. Como a maioria das pessoas envolvidas no crime apurado pela investigação da Ficco são mulheres que atuam para o crime, a operação foi nomeada como Perséfone. Ao todo, participaram da operação 80 policiais de diversas unidades da segurança pública vinculadas à Ficco.